UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

UNIDADE ACADEMICA

FACULDADE DE DIREITO

LINHA DE PESQUISA / ÁREA DE CONCENTRAÇÃO

Teoria e Filosofia do Direito / Pensamento Juridico e Relacoes Sociais

NOME DO DOCENTE

FERNANDO FONTAINHA - -

CATEGORIA

Eletiva

CARGA HORARIA

60h(sessenta horas)

CREDITOS

04(quatro)

NOME DA DISCIPLINA / DIA / HORÁRIO

Tópicos Especiais de Filosofia do Direito I e II - Sociologia do Direito

5ª feira

09:00h

DISTRIBUICAO DE CARGA HORARIA
TIPO DE AULA

Teorica

Pratica

CARGA HORARIA

60h(sessenta horas)

CREDITOS

04(quatro)

TOTAL 60h(sessenta horas) 04(quatro)
PRE-REQUISITOS

**************

DISCIPLINA DO CURSO

Mestrado e Doutorado


EMENTA

1 – ESCOPO GERAL DA DISCIPLINA A disciplina visa propor uma discussão acerca do Direito como um objeto específico dos estudos sociológicos. Não há aqui um interesse particular em afirmar a Sociologia do Direito como sub-disciplina. Nosso foco será o de expor um conjunto de abordagens e reflexões que situam o fenômeno jurídico no espectro de uma das expressões da ordem social ou moral. Isto implica, inicialmente, que será desconstruída a ideia internalista segundo a qual o Direito constitui ao mesmo tempo um objeto e um campo de estudos, desfazendo a confusão entre as fontes formais e as dimensões simbólicas do que se pode considerar jurídico. Em seguida, se pretende apresentar o Direito enquanto artefato humano, não apenas desnaturalizado nas suas dimensões analíticas, mas considerado na complexidade empírica que apresenta nas suas relações com a política, a religião, a cultura, etc. Por fim, não se pretende igualmente ignorar ou desvalorizar o conhecimento produzido pelos juristas, mas tentar ultrapassar uma abordagem essencialmente externalista pela valorização daquele como um sistema de interpretação que dá sentido e organiza as práticas jurídicas, conferindo existência concreta ao Direito em contexto e em ação. Desta forma, a disciplina começa pela leitura e discussão de textos onde autores clássicos buscam conectar suas reflexões com estudos mais detidos sobre o fenômeno jurídico. Em Marx, será trazida a evolução das leis fabris inglesas e a interação entre fiscais de fábrica e burgueses como expressões de um sentido instrumental da legalidade. Em Weber, veremos como a particularização do Direito é utilizada como expressão da racionalização e da instrumentalização da vida no ocidente moderno. Em Durkheim, exploraremos as relações entre Direito e moral, sobretudo nas suas reflexões sobre o homicídio. Por fim, leituras de Simmel buscarão uma explicação do fenômeno jurídico mercê de uma sociologia formal, com ênfase nos conceitos de conflito e sociabilidade. Num segundo momento, será apresentado o conceito de campo jurídico, de Pierre Bourdieu, em conjunto com outras duas sub-disciplinas que aproveitam e ao mesmo tempo testam seus limites: a Sociologia das profissões e a das elites jurídicas. Sem querer estabelecer a “força do Direito” como paradigma, é importante explicitar como ela alimentou um importante conjunto de estudos que contribuiu para situar o Direito como objeto de reflexões sociológicas, podendo ser descrito pela Rua da Matriz, 82, Botafogo, Rio de Janeiro – RJ. CEP: 22260-100. Tel.: +55 (21) 2266-8300 www.iesp.uerj.br divisão do trabalho do conjunto de seus atores, bem como pelos padrões encontrados nos marcadores sociais dos seus grupos dirigentes. Num terceiro momento, estudaremos outras quatro abordagens que se destacam sobretudo pelo enfoque dado na tentativa de explicar as relações entre Direito e Sociedade. Numa linha de questionamento do Direito estatal como única manifestação de regulação da vida social, apresentaremos o pluralismo jurídico. Numa tentativa de construção de uma ponte analítica entre o Direito e a vida cotidiana estudaremos o culturalismo jurídico. Por fim, estudos em etnometodologia do Direito terão o escopo de valorizar contextos institucionais e perspectivas nativas na busca da atribuição de sentido nas práticas jurídicas cotidianas. Por fim, será resgatada a dimensão social que guarda mais parentesco analítico e empírico com o Direito: a política. Para além de apresentar conexões entre a Sociologia do Direito e a Ciência Política (portanto entre o Direito e a Política), o que podemos chamar de Sociologia Política do Direito procura explicitar a proximidade entre juristas e políticos, bem como entre práticas jurídicas e políticas. Começaremos pelo estudo do fenômeno da judicialização, de importante impacto para o Brasil, questionando sua importância e alcance num contexto contemporâneo. Em seguida, traremos duas importantes discussões. Em primeiro lugar, a divergência entre Alain Bancaud e Liora Israël no tocante a atuação política de advogados e juízes no contexto do período de Vichy. Bancaud traz o argumento do caráter conservador do Direito, e da colaboração dos juristas com o regime e a razão de Estado. Israël, por outro lado, buscará nas mobilizações políticas do Direito uma ferramenta de resistência. Em segundo lugar, a divergência entre Gerald Rosemberg e Michael McCann no tocante ao papel do Direito nas mudanças sociais e na organização das estratégias dos movimentos, em particular no contexto da luta feminista. Enquanto Rosemberg traz o argumento da corte imobilista (restrita), expressão de um conservadorismo funcional do Direito e apego dos juristas à ordem estabelecida, McCann argumenta pelo poder catalisador de vitórias concretas que a estratégia judicial trouxe às lutas dos movimentos sociais. 2 – METODOLOGIA Contando com leituras obrigatórias, a metodologia do curso será baseada na reconstrução do texto – nos seus aspectos teóricos e metodológicos – a partir da interação entre os alunos e professor. Esta interação será mediada por dois alunos por cada texto, que terão um a atribuição de apresentar o texto, e outro de criticar a leitura do primeiro. Não se trata exatamente do clássico seminário, uma vez que o professor e os demais alunos estarão livres para fazer observações e considerações. Três serão os momentos presentes em cada aula: (1) apresentação do(s) texto(s), (2) discussão e crítica, e Rua da Matriz, 82, Botafogo, Rio de Janeiro – RJ. CEP: 22260-100. Tel.: +55 (21) 2266-8300 www.iesp.uerj.br (3) síntese e perspectivas. 3 - FORMAS DE AVALIAÇÃO: O principal objeto da avaliação é a elaboração de um artigo cientifico (que deve seguir os padrões de normalização da Revista DADOS) onde algum diálogo com a disciplina deve ser minimamente observado. O critério fundamental é que se trate de uma peça acadêmica extraída do curso. É esperado dos alunos que tenham como norte seus interesses de pesquisa e de carreira, e recomendado que adotem um dos seguintes focos: (1) a análise de dados empíricos sob a ótica de autores tratados no curso, (2) uma resenha temática ou autoral sobre temas ou autores tratados no curso. Uma semana antes da aula 15, os alunos deverão enviar um resumo do trabalho que pretendem realizar, para leitura prévia de todos, que instruirá a discussão coletiva. A aula de fechamento do curso não prescindirá de como cada um o aproveitou. O trabalho final vale 10 (dez) pontos, e a participação em sala pode render bônus ou penalidades aos alunos. Aquele que faltar ou não corresponder às expectativas de leitura atenta e participação comprometida perderá um ponto no trabalho final (por aula). Aquele que não entregar o resumo no prazo ou não estiver presente no dia do fechamento do curso (aula 15) perderá um ponto no trabalho final.

BIBLIOGRAFIA

3 - PLANO DE AULAS E LEITURAS: Aula 1: Apresentacao geral do curso: o professor, os alunos, o objetivo, a metodologia, o programa e as formas de avaliacao. Leitura obrigatoria: DEZALAY, Yves; SARAT, Austin; SILBEY, Susan. D une demarche contestataire a un savoir meritocratique [Esquisse d une histoire sociale de la sociologie juridique americaine]. In: Actes de la recherche en sciences sociales. Vol. 78, 1989. pp. 79-93. COMMAILLE, Jacques; DURAN, Patrice. Pour une sociologie politique du droit : presentation. L Annee sociologique 1/2009 (Vol. 59) , p. 11-28. MADEIRA, Ligia Mori; ENGELMANN, Fabiano. Estudos sociojuridicos: apontamentos sobre teorias e tematicas de pesquisa em sociologia juridica no Brasil. Sociologias, Porto Alegre , v. 15, n. 32, p. 182-209, 2013 . Leitura complementar: GERALDO, Pedro Heitor Barros; FONTAINHA, Fernando de Castro . Por uma sociologia empirica do Direito. In: FONTAINHA, Fernando de Castro; GERALDO, Pedro Heitor Barros. (Org.). Sociologia Empirica do Direito. Lisboa: Jurua, 2016, p. 9-20. JUNQUEIRA, Eliane Botelho. A Sociologia do Direito no Brasil. Introducao ao Debate Atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 1993. Rua da Matriz, 82, Botafogo, Rio de Janeiro RJ. CEP: 22260-100. Tel.: +55 (21) 2266-8300 www.iesp.uerj.br FARIA, Jose Eduardo; CAMPILONGO, Celso Fernandes. A Sociologia Juridica no Brasil. Porto Alegre: Fabris, 1991. 3.1 Leituras introdutorias: o Direito em Marx, Weber, Durkheim e Simmel Aula 2: Direito e luta de classes em Karl Marx Leitura obrigatoria: MARX, Karl. Critica da filosofia do Direito de Hegel Introducao. In: Critica da filosofia do Direito de Hegel. Sao Paulo: Boitempo, 2005. Pp. 145-156. MARX, Karl. Debates sobre a lei referente ao furto de madeira. In: Os despossuidos. Rio de Janeiro: Boitempo, 2017, p. 75-127. MARX, Karl. A luta pela jornada normal de Trabalho. Limitacao legal do tempo de trabalho. A legislacao fabril inglesa de 1833 a 1864. Luta pela jornada normal de trabalho. Repercussoes da legislacao fabril inglesa nos outros paises. In: O Capital. Critica da Economia Politica, Livro 1, Volume 1. Rio de Janeiro: Civilizacao Brasileira, 2004, p. 320-346. Leitura complementar: PACHUKANIS, Evgenij. A Teoria Geral do Direito e o Marxismo. Centelha: Coimbra, 1977. ENGELS, Friedrich. KAUSKY, Karl. O Socialismo Juridico. Ensaio: Sao Paulo, 1991. MIAILLE, Michel. Construcao do objecto da ciencia juridica: a instancia juridica. In: Introducao Critica ao Direito. Lisboa: Estampa, 1994, p. 63-109. FONTAINHA, Fernando de Castro. Por um conceito de Direito em Marx. In: MONT ALVERNE, Martonio; BELLO, Enzo. (Org.). Direito e Marxismo.Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p. 381-397. Aula 3: Direito e racionalidade em Max Weber Leitura obrigatoria: WEBER, Max. Sociologia do Direito. In Economia e Sociedade Fundamentos da Sociologia Compreensiva. Sao Paulo: UnB, 2004, vol. II, p. 1-153. Leitura complementar: BUSS, Andreas. Les rationalites Du droit et l ?economie dans La sociologie du droit de Max Weber. Revue Juridique Themis, Montreal, Quebec, n. 39, 2005, p.110-141. TRUBEK, David. Max Weber sobre direito e ascensao do capitalismo. Revista Direito GV. Sao Paulo, v. 3, n. 1, jan-jun 2007. MELO, Marcelo Pereira de. A Sociologia do Direito de Max Weber: O Metodo Caleidoscopio. Anais do XII Congresso Brasileiro de Sociologia. Belo Horizonte, 2005. Rua da Matriz, 82, Botafogo, Rio de Janeiro RJ. CEP: 22260-100. Tel.: +55 (21) 2266-8300 www.iesp.uerj.br Aula 4: Direito e Moral em emile Durkheim Leitura obrigatoria: DURKHEIM, emile. Os Juristas: Rudolf Von Jhering. In: etica e sociologia da moral. Sao Paulo: Landy, 2003, p. 41-56. DURKHEIM, emile. Deveres Gerais, independentes de qualquer grupamento social e A regra de proibicao contra os atentados contra a propriedade. In Licoes de Sociologia A Moral, o Direito e a Sociedade. Sao Paulo: Martins Fontes, 2002, p. 153-167. DURKHEIM, emile. Metodo para determinar essa funcao e Outra prova do que precede. In: Da divisao do trabalho social. Sao Paulo: Martins Fontes, 2004, p. 13-37 e 111-126. Leitura complementar: CHAZEL, Francois. emile Durkheim et lelaboration dun "programme de recherche" en sociologie du droit. In: CHAZEL, Francois; COMMAILLE, Jacques (dir), Normes juridiques et regulation sociale, Paris: LGDJ, 1991. VOGT, Paul. Obligation and right: the durkheimians and the sociology of law. In: BESNARD, Phillipe. (org.). The sociological domain: the durkheimians and the founding of French sociology. Cambridge: Cambridge University Press, 1983. MASSELLA, Alexandre Braga. A realidade social e moral do direito: uma perspectiva Durkheimiana. Lua Nova, Sao Paulo , n. 93, p. 267-295, 2014 . Aula 5: Direito, conflito e sociabilidade em Georg Simmel Leitura obrigatoria: SIMMEL, Georg. O Problema da sociologia. In: MORAES FILHO, Evaristo de (org). Simmel. Sao Paulo: atica, 1983, pp. 59-86. SIMMEL, Georg. A natureza sociologica do conflito. In: MORAES FILHO, Evaristo de (org). Simmel. Sao Paulo: atica, 1983, pp. 122-134. SIMMEL, Georg. A sociabilidade (exemplo de sociologia pura ou formal). In: Questoes fundamentais de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006, pp. 59-82. Leitura complementar: SIMMEL, Georg. The style of life. In: The Philosophy of Money. Londres: Routledge, 1978, pp. 429-512. NOREAU, Pierre. Le droit comme forme de socialisation: Georg Simmel et le problme de la legitimite. In: Revue francaise de science politique, 45e annee, n2, 1995, pp. 282-304. LIU, Sida. Law s Social Forms: A Powerless Approach to the Sociology of Law. Law & Social Inquiry, 40: 2015, pp. 128. Rua da Matriz, 82, Botafogo, Rio de Janeiro RJ. CEP: 22260-100. Tel.: +55 (21) 2266-8300 www.iesp.uerj.br 3.2 Campo, profissoes e elites juridicas Aula 6: A Sociologia do campo juridico Leitura obrigatoria: BOURDIEU, Pierre. A Forca do Direito: Elementos para uma sociologia do Campo Juridico. In O Poder Simbolico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001, p. 209-254. DEZALAY, Yves; MADSEN, Mikael. The Force of Law and Lawyers: Pierre Bourdieu and the Reflexive Sociology of Law. Annual Review of Law and Social Science, Vol. 8: 2012, p. 433-452. ENGELMANN, Fabiano. Capitulos 1 e 2 de Sociologia do Campo Juridico: juristas e usos do direito. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2006, p. 11-50. Leitura complementar: BOURDIEU, Pierre. Habitus, code et codification. In: Actes de la recherche en sciences sociales. Vol. 64, 1986, p. 40-44. ROUSEL, Violaine. Le droit et ses formes. elements de discussion de la sociologie du droit de Pierre Bourdieu, Droit et societe, 2004/1 (n56-57), p. 41-55. AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de. (2011). A forca do direito e a violencia das formas juridicas. Revista de Sociologia e Politica, 19(40), P. 27-41. Aula 7: A sociologia das profissoes juridicas Leitura obrigatoria: ABEL, Richard L. Comparative Sociology of Legal Professions. In: ABEL, Richard L.; LEWIS, Philip S.C. Lawyers in Society, Vol. 3: Comparative Theories. University of California Press, 1989, p. 80-153. COELHO, Edmundo Campos. As profissoes imperiais: medicina, engenharia e advocacia no Rio de Janeiro (1822-1930). Rio de Janeiro: Record, 1999, p. 19-67; 151-191. BONELLI, Maria da Gloria. A competicao profissional no mundo do Direito. In: Tempo Social. Revista de Sociologia da USP, Numero 10, Volume 1, 1998, p. 185-214. Leitura complementar: PUE, Wesley. "Trajectories of Professionalism?": Legal Professionalism After Abel. Manitoba law Journal, Vol. 19, 1990, p. 384-418. OLIVEIRA, Fabiana Luci de. Justica, profissionalismo e politica: o STF e o controle de constitucionalidade das leis no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2011. BOIGEOL, Anne. A formacao dos Magistrados: Do aprendizado na pratica a escola profissional. Revista etica e Filosofia politica, Volume 12, n. 2, 2010, p. 61-97. BONELLI, Maria da Gloria. Profissionalismo e politica no mundo do Direito. Sao Carlos: EdUFSCar/Sumare/Fapesp, 2002. Rua da Matriz, 82, Botafogo, Rio de Janeiro RJ. CEP: 22260-100. Tel.: +55 (21) 2266-8300 www.iesp.uerj.br Aula 8: A sociologia das elites juridicas Leitura obrigatoria: WILKINS, David; PAPA, Mihaela. The Rise of the Corporate Legal Elite in the BRICS: Implications for Global Governance, 54 Boston College of Law Review, Vol. 54(3), 2013, p. 1149-1184. BANCAUD, Alain. Une "constance mobile": la haute magistrature. Actes de la recherche en sciences sociales. Vol. 76-77, 1989, pp. 30-48. ALMEIDA, Frederico Normanha de. As elites da Justica: instituicoes, profissoes e poder na politica da justica brasileira. Revista de Sociologia e Politica (Online), v. 22, p. 77-95, 2014. Leitura complementar: DEZALAY, Yves; GARTH, Bryant. The Internationalization of Palace Wars: Lawyers, Economists, and the Contest to Transform Latin American States. Chicago: University of Chicago Press, 2002. BANCAUD, Alain. La haute magistrature judiciaire entre politique et sacerdoce, ou, Le culte des vertus moyennes. Paris: LGDJ, 2003. MATTOS, Marco Aurelio Vannucchi Leme de. Os cruzados da ordem juridica: atuacao da Ordem dos Advogados do Brasil, 1945-1964. Sao Paulo: Alameda, 2013. 3.3 O lugar do Direito na sociedade: quatro abordagens Aula 9: O pluralismo juridico Leitura obrigatoria: GRIFFITHS, John. What is Legal Pluralism? Journal of Legal Pluralism and Unofficial Law n. 24, 1986. TAMANAHA, Brian (2008). Understanding Legal Pluralism: Past to Present, Local to Global. Sidney Law Review. 30, p. 375-411. SANTOS, Boaventura de Souza. O Discurso e o poder: ensaio sobre a sociologia da retorica juridica. In: O Direito dos oprimidos. Sao paulo: Cortez, 2014, p. 25-63. Leitura complementar: WOLKMER, Antonio Carlos. Pluralismo Juridico: fundamentos de uma nova cultura no direito. Sao Paulo: Alfa Omega, 2001. MACDONALD, Roderick. L hypothse du pluralisme juridique dans les societes democratiques avancees, Revue de droit de l Universite de Sherbrooke, Vol. 33, p. 133-152. SOUZA JuNIOR, Jose Geraldo de. Direito como Liberdade: O Direito Achado na Rua Experiencias Populares Emancipatorias de Criacao do Direito. Brasilia: Tese de doutorado, UnB, Programa de pos-graduacao em Direito, 2008. Rua da Matriz, 82, Botafogo, Rio de Janeiro RJ. CEP: 22260-100. Tel.: +55 (21) 2266-8300 www.iesp.uerj.br Aula 10: Abordagem culturalista e o lugar comum do Direito Leitura obrigatoria: SELZNIK, Phillip. The sociology of law. In R. Merton, L. Broom, and L. Cottrell (eds.),Sociology Today. New York: Basic Books, 1959, p. 115-127 __________. Sociology and natural law. Natural Law Forum, 6, 84-108, 1961. SYLBEY, Susan. Everyday life and the constitution of legality. In: JACOBS, Marc; HANRAHAN, Nancy (org.) The Blackwell Companion to the Sociology of Culture. Malden: Blackwell Publishing, 2005, p. 332-345. Leitura complementar: NONET, Philippe; SELZNICK, Philip. Law and Society in Transition: Toward Responsive Law. New Brunswick: Transaction Publishers, 2001. EWICK, Patricia; SILBEY, Susan. The Common Place of Law: Stories from Everyday Life. Chicago: University of Chicago Press, 1998. KAGAN, Robert; KRYGER, Martin; WINSTON, Kenneth (eds.), The Study of Legality: Essays in Honor of Philip Selznick. Berkeley: University of California Press, 2002. Aula 11: A Etnometodologia do Direito e o trabalho cotidiano dos juristas Leitura obrigatoria: GARFINKEL, Harold. ALGUMAS REGRAS DE TOMADA DE DECISaO CORRETA QUE OS JURADOS RESPEITAM. CONFLUeNCIAS, Revista Interdisciplinar de Sociologia e Direito, Vol. 15, 2013, pp. 3-10. DUPRET, Baudouin. A intencao em acao: Uma abordagem pragmatica da qualificacao penal num contexto egipcio. Revista etica e Filosofia politica, Volume 12, n. 2, 2010, p. 109-140. GERALDO, Pedro Heitor Barros. Practical Solutions: Praxiological Analysis of Judgments in Civil Hearings. In: DUPRET, Baudouin; LYNCH, Michael; BERARD, Tim (Org.). Law at Work: Studies in Legal Ethnomethods. Oxford: Oxford University Press, 2015, P. 63-85. Leitura complementar: GARFINKEL, Harold. What is ethnomethodology?. In: Studies in Ethnomethodology. Cambridge: Polity Press, 1984, p. 1-34. TRAVERS, Max. Ethnomethodologie, analyse de conversation et droit, Droit et societe 2/2001 (n48), p. 349-369. FONTAINHA, Fernando de Castro; NUEZ, Izabel; ALCaNTARA, Paulo Augusto. The over-indebtedness in action: An ethnographic research at NUDECON/Brazil. International Journal of Sociology and Anthropology, v. 7, p. 21-37, 2015. Rua da Matriz, 82, Botafogo, Rio de Janeiro RJ. CEP: 22260-100. Tel.: +55 (21) 2266-8300 www.iesp.uerj.br 3.4 Uma sociologia politica do Direito Aula 12: Judicializacao: Direito, sociedade e politica Leitura obrigatoria: VIANNA, Luiz Werneck et al. Introducao. In: A Judicializacao da Politica e das Relacoes Sociais no Brasil. Rio de Janeiro: Revan, 1999, p. 9-44. SCHEINGOLD, Stuart. Legal rights and political action, Law as ideology: an introduction to the myth of rights, Right as resources, Legal education and professional socialization e The political relevance of legal rights. In: The politics of rights. Lawyers, public policy and political change. Chicago: The University of Chicago Press, 1975, p. 3-22, 83-96, 151-169 e 203-219. COMMAILLE, Jacques. La justice entre detraditionnalisation, neoliberalisation et democratisation: vers une theorie de sociologie politique de la justice. In: COMMAILLE, Jacques; KALUSZYNSKI (org). La fonction politique de la justice. Paris: La Decouverte, 2007, p. 295-321. Leitura complementar: VIANNA, Luiz Werneck; BURGOS, Marcelo Baumann; SALLES, Paula Martins. Dezessete anos de judicializacao da politica. Tempo Social, 19(2), 2007, p. 39-85. FONTAINHA, Fernando de Castro; OLIVEIRA, Fabiana Luci de; VERONESE, Alexandre. Por uma Sociologia Politica do Direito no Brasil. REVISTA BRASILEIRA DE SOCIOLOGIA, v. 5, p. 29-47, 2017. COMMAILLE, Jacques; DUMOULIN, Laurence; ROBERT, Cecile (org). La juridicisation du politique. Lecons scientifiques. Paris: LGDJ, 2010. Aula 13: Direito e crise politica: os juristas franceses no periodo de Vichy Leitura obrigatoria: BANCAUD, Alain. La haute magistrature sous Vichy. Vingtime Sicle. Revue d histoire, N49, 1996, pp. 45-62. ISRAL, LIORA. Resister par le droit? Avocats et magistrats dans la Resistance (1940-1944), L Annee Sociologique, PUF, vol. 59, 2009, pp. 149-176. BANCAUD, Alain. Compte rendu de Liora Isral, Robes noires et annees sombres. Le Mouvement Social, n 214, 2006, p. 176-179. Leitura complementar: BANCAUD, Alain. Une exception ordinaire: La Magistrature en France (1930-1950). Paris: Gallimard, 2004. ISRAL, Liora. Robes noires, annees sombres avocats et magistrats en resistance pendant la Rua da Matriz, 82, Botafogo, Rio de Janeiro RJ. CEP: 22260-100. Tel.: +55 (21) 2266-8300 www.iesp.uerj.br Seconde Guerre mondiale. Paris: Fayard, 2005. Aula 14: Direito e mudanca social: entre cortes imobilistas e cortes catalisadoras nos EUA Leitura obrigatoria: ROSENBERG, Gerald. The dynamic and the constrained court, Abortion anw women s rights e Conclusion: the fly-paper court. In: The Hollow Hope: Can Courts Bring About Social Change? Chicago: University of Chicago Press, 2008, p. 9-36, 173-265 e 420-429. MCCANN, Michael. Introduction, The social context of legal mobilization e Legal mobilization and political struggle. In: Rights at Work: Pay Equity Reform and the Politics of Legal Mobilization. Chicago: University of Chicago Press, 1994. 1-22, 92-137 e 278-310. Leitura complementar: ROSENBERG, Gerald. Positivism, Interpretivism, and the Study of Law: McCanns Rights at Work. Law and Social Inquiry, vol. 21(2): 435-56, 1996. McCANN, Michael. Law and Political Struggle: Puzzles, Paradoxes, and Promises for Future Research. In: GOTTLIEB, Stephen; SCHULTZ, David (eds). Leveraging the Law. Using the Courts to Achieve Social Change. New York: Peter Lang, 1998, p. 319-350. PARIS, Michael; McMAHON, Kevin. The Politics of Rights Revisited: Rosenberg, McCann, and the New Institutionalism. In: GOTTLIEB, Stephen; SCHULTZ, David (eds). Leveraging the Law. Using the Courts to Achieve Social Change. New York: Peter Lang, 1998, p. 63-134. * * * Aula 15: Fechamento: debate final, apresentacao e discussao dos resumos projetos de artigo cientifico (os alunos devem enviar com uma semana de antecedencia seus resumos, e esta sera a bibliografia obrigatoria da aula).

OBSERVACOES GERAIS